Do outro lado deste pequeno mundinho... separada do pequenito Portugal... por mares, rios, caminhos, terras, novas gentes... a 10mil quilómetros... e por entre uma enormidade de culturas, por uma diversidade que nem sonhava existir...
36 Horas de completo e intenso desespero, 2160 minutos, à espera, a atrasar… tempo em que imaginava, sonhava acordada no balanço do avião, viajava por entre o silêncio dos nossos pensamentos.
Vínhamos todos juntos, vínhamos todos para o mesmo. Chegámos depois de 129 600 segundos, para descobrir uma grande e maravilhosa aventura, um pequeno, novo, “antigo mundo”.
Fecho… reabro uma e outra vez os olhos, na esperança do tempo passar um poucachinho mais depressa, mas a velocidade mantém-se em qualquer ponto do planeta… sejam sete horas a mais, sete minutos a menos… tempo é tempo… ganha-se, às vezes também se perde… a viagem continuava, no seu desacelerado e monótono ritmo.
Depois dum primeiro impacto ensonado… Deixo a minha alma ser envolvida pela magia de inúmeros locais encantados, enfeitiçados, embriagados em doçura, repletos de aventuras misteriosamente calculadas… tínhamos finalmente chegado. Era uma outra “Terra Prometida”…
Casinos, arranha-céus, musas, por toda a parte uma diferente cultura, aliciante, ainda por desvendar.
Olhares atentos, alguns gestos perdidos…
Páro por instantes, contemplo o nada, olho de frente o sol… fascinada por tanta ostentação, tanto luxo, boquiaberta face à sua simplicidade, e até à pobreza que ali se sentia…
Envolvo-me nas paisagens, observo pessoas, encontro olhares, sorrio… adormeço e sonho num regresso que me parece tão distante… a presença portuguesa está com todos nós e ainda se evidencia em algumas ruelas… esquinas, cantinhos, num pequeno e agradável café – Café Lisboa.
Estão 28ºC e 80% de humidade…
Estou em Macau.